sábado, 14 de julho de 2012

No Escuro

    Luisa fecha os olhos e entontece. O breu invade-a e liberta-a. (deixa-me ficar aqui para sempre – suspira). E, no túnel aberto com unhas e sangue, percebe que há muito mais caminho ainda por escavar... mais pegadas pesadas a imprimir e rastos de dor a carregar. Não sabe para onde é a vida (por onde vou? leva-me... pode ser? - sussurra).
    Fiapos de algodão desmaiam do céu, como gotas mornas... tijolos de castelos sem peso nem volume. (para onde foi o meu manto...?- quase chora).
    O caminho cor de rosa escurece, roubando para sempre a memória da luz.
 Escuro como breu. (deixa-me ficar). Luisa ziguezagueia pelo momento e sabe que enquanto ficar por
dentro pode doer. Só no escuro se poderá ver ao espelho.
"Mirror's Reflection", Dark Pupil

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